2ª fui a Coimbra... Voltei ontem. Sabe sempre bem ver outras cores... Outras linhas de horizonte... Outras pessoas.
Arranquei de Lisboa às 19h e apenas com uma paragem na estação de serviço de Leiria, perto das 21h estava a sair da auto-estrada.
Pelo caminho, o silêncio de apenas me ter a mim por companhia.
Eu e a minha música. Duas horas para rir, chorar, gritar, cantar em plenos pulmões. Para acalmar. E voltar a excitar.
Toda a gente deveria fazer uma viagem destas pelo menos uma vez por mês.
Coimbra. Um encanto. Familiar?
Depois de algumas voltas, que posso sempre alegar terem sido propositadas para ver a cidade de noite (ou não!) lá encontrei o hotel... Mesmo ao lado do rio com uma vista para as pontes de Coimbra, nomeadamente uma ponte pedonal nova linda (pelo menos para mim) . A ponte de Inês de Castro e seu Pedro.
E pronto o descalabro. A lembrança que estava em terra de amores.
Alvorada pelas 7h com tempo para um pequeno almoço ao lado da Escola onde ia trabalhar... Uma pastelaria sui generis. Lá pude tomar o "piqueno" mas também podia ter comprado champôo ou mesmo desodorizante, podia ter jogado no euromillions, podia ter carregado o telemóvel ou até mesmo comprado um gatinho de louça! Havia tudo naquela loja. E havia também uma Senhora simpatiquíssima que serviu de minha entretainer enquanto esperava pela hora... Um mimo. Uma alegria. Um sorriso que não se encontra no rebuliço que é Lisboa.
Nas ruas de Coimbra todos andam calmamente. Cumprimentam-se. Sorriem. E aproveitam o sol. A vida.
Depois do dever cumprido... Achei: "Não me posso ir embora sem ver nada de nada!" e como tinha andado pouco perdida na noite anterior achei que me podia aventurar mais um pouco. Siga.
Penedo da Saudade. Com um nome destes só pode ser coisa boa.
E era. Lindo de morrer. Num topo de Coimbra com uma vista magnífica sobre tudo. O novo Estádio moderno no meio de edifícios de Repúblicas...
Um contraste de bom gosto.
Um jardim a perder de vista com poemas escritos em pedras espalhados pelas inclinações. Uma inspiração para os olhos. Para a mente. Para a alma. A beleza. A melhor escolha que fiz sem ter nem ideia.
À saída ainda tive tempo para me cruzar com dois "Marretas" naturais que resolveram discursar sobre o meu carro mal estacionado =) mas que eu podia! Porque quem vem de fora e tem aquele prazer, que se via nos olhos, em apreciar as belezas "deles", podia. Eu podia. Uma delícia.
E arranquei com uma paragem à porta da Quinta das Lágrimas que, infelizmente, estava fechada.
Tenho que lá voltar.
Mas, sem dúvida, uma cidade para recordar. E amar.
Tranquilidade para pensar.