quinta-feira, setembro 23, 2010

Arrastada...

Ontem, no caminho de volta a casa, vi um miúdo no auge dos seus 3 aninhos, arrastado pela Mãe, a andar e a chorar desalmadamente. Pensei:
Quando somos crianças e nos sentimos mal, tristes, irritados ou descontentes com a nossa vida, choramos. Tão simplesmente choramos e gritamos até alguém nos aliviar a dor.
Depois vamos crescendo, amadurecendo e aprendendo a lidar com as situações. Somos 'instruídos' que é feio (?) chorar e berrar no meio da rua. Somos ensinados a conter as nossas emoções e a controlar as nossas angústias. Obviamente, num sentido mais racional, aprendemos a relativizar e percebemos que nem tudo é motivo de choro e 'birra'.
Enquanto adultos temos um sem fim de motivos para chorar e inúmeras ocasiões onde nos apetece abrir a goela e deixar sair toda a pressão e stress a que somos sujeitos.
No fundo o que pensei foi que adorava ter uma mão a arrastar-me pela rua enquanto soltava as minhas lágrimas de desespero no final do dia.
Ser adulto tem muitas vantagens. Ser adulto não significa saber lidar com todas as situações. Significa ter de saber fazê-lo sem desesperar.
Estou a meio de uma fase.

terça-feira, setembro 21, 2010

O auge das minhas sextas-feiras, ou sábados, acerca de 20 anos atrás era quando os meus pais diziam: "Sim, vamos ao café e passamos um bocadinho em casa do Tio Mário." Se fosse Tio João era igual.

E lá íamos. E podia estar com a J. ou a R. numa 'saída' à noite própria da idade.

O propósito de me lembrar disto é: nessas noites, eramos literalmente esquecidas no quarto. Ficávamos à conversa, ou a ver televisão, ou a rir, ou a 'aparvalhar', rezando para que os nossos pais se esquecessem de nós e fossem ficando...

Queria tanto ser 'esquecida' agora. E que o tempo passasse à mesma velocidade. Mesmo que me digam que a velocidade será a mesma agora do que era na altura, para mim não é.

terça-feira, setembro 07, 2010

O Planalto e a Estepe

Hoje acabei de ler um livro. Um livro lindíssimo.

Para além da história linda que me contou, fez-me “re-aperceber” do quão fascinante é ter tempo para ler. Ter tempo para viver.

Daí passei para um outro pensamento. É impressionante como uma mesma vida pode ser vista em tempos diferentes com percepções diferentes.
Há cerca de duas semanas esta mesma vida parecia-me vazia. Sem tempo. Sem objectivos. Ocupada em cerca de 10h de trabalho, mais idas para casa e tentativas para dormir porque amanhã havia mais.

Hoje, com livro, ou sem, com as mesmas 10h de trabalho, parece-me estar completa.
Tempo para telefone, para mensagens, para desabafos e consolos de amigas, para jantar caseirinho, gelado e… Um livro.

Hoje acabei de ler um livro. Um livro lindíssimo.

sexta-feira, setembro 03, 2010

Better days

Parece que adivinha.