sexta-feira, janeiro 25, 2008

Apeteceu-me

Sentado num banco de jardim.
A água corria. O sol sorria.
Para mim.

Olhava para as flores e não sentia as dores.
A indecisão escondia-se no turbilhão de cores.
O pensamento da morte lembrava a sorte.
E tudo o que queria esquecer implicava um corte.

Não estou suficientemente forte para correr.
Muito menos para morrer.
Opção: viver.

Sorver deste jardim tudo o que couber em mim.
Para sonhar e andar sobre as nuvens saltitantes.
Para que todos os sentimentos não sejam mais que experiências flutuantes.
Gratificantes. E insignificantes.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

De volta à Pós-Graduação e ao Jornalismo

Descobri esta pérola que valida (e me dá um orgulho gigante) a minha tese de pós-graduação...

Ao contrário da maioria das opiniões, não penso que os actuais males de que padece a nossa informação tenham que ver com maus jornalistas. Essa parece-me uma acusação demasiado fácil para ser deixada no ar, sem sequer se tentar perceber as razões que impedem o bom jornalismo.

E estas, a meu ver, são, essencialmente, duas: as dificuldades crescentes no acesso à informação e a debilidade económica das redacções para fazerem, já não digo um jornalismo de investigação, mas ao menos um jornalismo de rigor.

Estamos cada vez mais reduzidos a um “jornalismo sentado”, à espera do toque do telefone ou da denúncia de fontes não identificáveis. E feita por uma nova geração de jornalistas miseravelmente paga, mal ensinada e mal treinada, sem condições sérias de trabalho e sem nenhuma motivação para cumprirem o sonho, a vocação e o sentido de missão que os levou a quererem ser jornalistas. É uma profissão nobre, que o ar dos tempos vai aos poucos reduzindo a um estatuto de desilusão e impotência. Mas disso, quem quer saber?”
Miguel Sousa Tavares
Eu quero saber.
Quero saber porque é que um projecto tem de ser posto de lado por não acreditar numa classe profissional que um dia sonhei ser a minha.

Tempo

Odeio isto. Hoje já é dia 18... Verdade de La Palisse, eu sei! mas não deixa de ser verdade.

Podem trazer-me algumas horas dos dias que passaram por mim e eu não consegui dar por elas?
Que vertigem assustadora.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

E depois?

O Natal já passou. A entrada no novo ano também. E até a ida a Delft também.
Estou de volta à mesma secretária e ao mesmo computador. E a única coisa que sinto que mudou foi o meu estado de espírito.

Estou em ressacas consecutivas do depois.

Depois da "reformulação" da minha casa... Depois de um Natal atribulado... Depois de uma cara triste... Depois de um Guincho... Depois de uma semana de doença... Depois de um exagero de Natal... Depois de uma viagem... Depois do frio... Depois de dias passados com um amargo na boca e um nó na garganta. Depois de ter consciência que sou péssima por ter consciência do que sou e não me conseguir controlar.

O conselho é ser menos exigente. Porquê? Para ser mais fácil. Não gosto de facilidades. Mas não gosto do depois. E pior: não gostei do durante. Fica o desabafo.