quarta-feira, dezembro 12, 2007

Fazer diferente...

Quero fazer diferente. Preciso de fazer diferente. E o primeiro passo é o mais difícil de todos: conseguir verbalizar para que começe a fazer sentido. Para mim e para os outros. Como me disse um amigo meu: todos os sentimentos e emoções ganham uma dimensão diferente quando se fala sobre eles. Os que têm realmente importância, ganham estatuto e os irrelevantes esfumaçam-se numa boa conversa entre amigos e pessoas queridas.

A minha questão é sempre a mesma: como fazer os dias passarem sendo todos especiais? Como é que podemos guardar um bocadinho de sorriso de cada dia?

O passar de horas, dias, meses e até anos só porque sim tiram qualquer beleza a esta dádiva que nos foi dada. Eu penso assim. E, se calhar, penso demais porque era tão mais fácil não questionar nada. Mas os nossos dias têm fim e os meus cinco sentidos não chegam para absorver tudo o que queria. Quero.

Ontem tentei explicar. E as minhas ideias acabam sempre por cair num rio salgado que não me descansa por impotência. Mas, depois da tal verbalização, chego à conclusão (mais uma vez) que só depende de mim fazer diferente. E se os meus dias sentada sempre no mesmo sítio e a pensar nas mesmas coisas não me chegam, só me cabe a mim fazer mais. E por isso escrevo. Porque apesar de afundada em todas estas minhas certezas tenho plena noção que há "normas" sociais com as quais tenho de conviver para sobreviver e faço-o pacificamente. A minha casa foi uma conquista, e luta, só minha e um dos motivos para sorrir. Tudo aquilo que tento fazer pelas minhas pessoas também. E talvez a solução passe por aí.

Como me disseste ontem, guardar um bocadinho especial de cada dia. É isso que interessa. Mesmo que esse chegue quase sempre à mesma hora e de noite e não quando todos devíamos poder aproveitar a luz do sol e o azul do céu.

Vou procurar sempre mais. Fazer diferente com o aconchego de saber que não sou a única e que há pessoas que sabem do que estou a falar. Que sentem a mesma necessidade.
Que sentem que as cores, a música, as conversas, os cheiros, os sons, as pessoas, a química, o riso são muito mais do que aquilo que se vê. E são aquilo que devemos levar a dormir à noite. E não mais um dia de trabalho ou uma chatice com aquelas pessoas "poucachinhas" e todo o superficial que comanda o nosso dia-a-dia.

Hoje acordei com o teu quentinho e com aquele momento de conversa, entre mantas, amêndoa amarga e lágrimas, na memória. Aquele me fez relaxar e ter a certeza que a vida é muito mais que rotinas.
Cada dia deve ser diferente. Pela diferença e pelo sorriso.

1 comentário:

Nádia disse...

Se todos os dias nos dermos a nós próprios mais um bocadinho, daremos mais ao mundo. E quantos mais sorrisos dermos ao mundo mais o mundo nos dará a nós (ou pelo menos eu, ingénua, quero acreditar que sim). Um beijo italiano, gosto muito, nadia