quinta-feira, setembro 23, 2010

Arrastada...

Ontem, no caminho de volta a casa, vi um miúdo no auge dos seus 3 aninhos, arrastado pela Mãe, a andar e a chorar desalmadamente. Pensei:
Quando somos crianças e nos sentimos mal, tristes, irritados ou descontentes com a nossa vida, choramos. Tão simplesmente choramos e gritamos até alguém nos aliviar a dor.
Depois vamos crescendo, amadurecendo e aprendendo a lidar com as situações. Somos 'instruídos' que é feio (?) chorar e berrar no meio da rua. Somos ensinados a conter as nossas emoções e a controlar as nossas angústias. Obviamente, num sentido mais racional, aprendemos a relativizar e percebemos que nem tudo é motivo de choro e 'birra'.
Enquanto adultos temos um sem fim de motivos para chorar e inúmeras ocasiões onde nos apetece abrir a goela e deixar sair toda a pressão e stress a que somos sujeitos.
No fundo o que pensei foi que adorava ter uma mão a arrastar-me pela rua enquanto soltava as minhas lágrimas de desespero no final do dia.
Ser adulto tem muitas vantagens. Ser adulto não significa saber lidar com todas as situações. Significa ter de saber fazê-lo sem desesperar.
Estou a meio de uma fase.

2 comentários:

Inês disse...

Com lágrimas ou se lágrimas tens as minhas mãos (e muitas mais) para puxar por ti
:)
força

Nádia disse...

Acho que, muitas vezes, se pusessemos uma vírgula no "socialmente correcto" e desalmadamente, sem medos, sem vergonhas, desatássemos a chorar e gritar na rua, o mundo fosse, talvez mais feliz! E nós também!