«"Gostas de ver estrelas?" E sem esperar pela resposta: "Achas que as estrelas falam? A minha mãe diz-me sempre que as estrelas não têm boca mas que têm língua e que podemos ler as palavras que elas dizem. É só aprendermos a ler."
E como se aprende? Ou como é que se lê?
"Nascemos a saber. Fecha os olhos e vê: quantas estrelas ouves dentro de ti? Um céu delas, não é? Depois, desaprendemos as estrelas, crescendo. Chegamos mais perto delas mas elas vão ficando mais pequenas - ou, segundo a minha mãe, nós é que vamos ficando mais longe uns dos outros."
(...)
O bom de sonharmos com a criança que fomos é que, no reino dos sonhos, quando o dia nasce, não apaga o que fomos. Desaparecemos, apenas, como as estrelas que caem para dentro do céu.
(...)
Olhei o brilho intenso nos olhos da menina, enquanto ela continuava a olhar - afincadamente, mas sorrindo - o firmamento. E as estrelas que ela tinha nos olhos nasceram nos meus, muito pequenas, muito envergonhadas, muito quentes, e correram-me pela cara até pingar no chão, desfazendo-se num pequeno estilhaço de água e sal.
Desaparecer no céu encerra infinitamente mais ternura do que crescer na mancha ofuscante dos dias, do que crescer para fora da nossa pureza, para fora da nossa idade maior, a infância - para fora da nossa luz da manhã.
(...)» Faiza Hayat
Se transcrevesse todo o artigo para aqui, esta mensagem ficaria gigante. E como a magnitude das ideias que estão escritas não é quantificável pela quantidade de texto, ficam as partes favoritas...
Este artigo traduz aquilo que sinto por elas quando as olho e quando as sinto. Para todos aqueles que nunca perceberam muito bem a minha pancada fica o segredo do sorriso, eternamente, inocente e guardado na melhor fase da nossa vida.
Tento guardar todos os dias um bocadinho desse ser. Que fui. E que serei sempre. Orgulhosa por entender a língua de estrela.
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