quinta-feira, agosto 19, 2010

2010

Tinham-me dito, já há algum tempo e em jeito de futurologia na noite de passagem de ano, que 2010 ia ser o ano da minha vida!
Não me considero totalmente céptica mas... Pensei: "Hum, hum... Claro... 2010, 2011, 2012..."
Admito agora. Estamos em Agosto e eu estou cansada. Arrebatada com tanta mudança, alteração, acontecimentos, alegrias e tristezas. Acredito mesmo que se tivesse sido mais doseado eu ia aguentar melhor. Assim, estou confusa. Estou assoberbada porque não tenho tempo para digerir umas antes das outras.
O ano começou muito bem com a minha estrela a chegar. Ainda aí um pequeno susto que levou a um vôo de urgência mas que culminou numa força fraternal e de amor que só vivendo alguém poderá perceber. É algo de sangue.
Passados uns meses decidi mudar de vida profissional. Toda a angústia da mudança que em mim ganha forma de tormenta. Largar a rotina de 4 anos e começar de novo. Arrancar a coragem para o fazer.
Os P. sem assumirem e a viverem sem enfrentar a realidade. Como verdadeiros adultos que me tratam como uma criança. Que serei sempre aos seus olhos. A M. doente mas sem querer saber. Ou a saber, mas sem fazer nada de diferente e a viver o desespero de uma vida sozinha em companhia do desprezo. Justificado ou não. E o dilema de querer ajudar. De não poder ajudar. E de não saber o que fazer quando as pessoas não querem ser ajudadas. E não ter a força necessária para partir de mim a ajuda.
Em Junho enfrentar e Sair da Casca. Este processo arrasta-se até hoje. Acho que gosto. Será que gosto? Ter de dar provas outra vez. Será que consigo? Não sei se consigo. Não sei se quero. E todos os dias de manhã custa mais um bocadinho. As manhãs têm custado imenso.
Fui de férias, ia descansar, ia limpar a cabeça e recarregar baterias. Não. Não aconteceu. Foi mais uma revolta interior por não perceber as pessoas. Por não me apetecer. Por querer e precisar de algo diferente e por entrar na espiral de ver os dias a passarem e eu ali. Sem saber reagir. Sem conseguir reagir. Sem conseguir perceber as pessoas à minha volta e os seus porquês. Desilusão completa.
A G. continua a precisar de mim.
E durante as férias, a pessoa que já me dava algum conforto no novo desafio foi afastado numa recuperação morosa.
O B. também precisa de mim mas acha que não. Mas não sabe. Acha que não precisa de nada. Nem de descansar. E isso cansa-me também.
Dentro de mais uns meses mudo de casa e mais uma mudança em 2010.
Por tudo isto, e por tudo o que prevejo que ainda venha, a avaliar pelo caminho até agora, não sei se aguento.
Estou cansada. E realmente diferente. Por tudo isto e mais aquilo que a minha cabeça fabrica e pensa e pensa e pensa sobre tudo isto.
Será que também eu preciso de ajuda?

4 comentários:

Inês disse...

minha estrelinha:
que tal uma semana de spa em bora bora com aulas de mergulho à tarde? achas que não melhora esse cansaço??
ou uma viagenzita a delft? no?
ok, ok... que tal só um gather com as amigas que te adoram? fica mais em conta...

Às vezes é difícil e custa, mas já alguém dizia "tem de ser..e o que tem de ser tem muita força!" . És uma estrelinha cheia de força e qualidades, por isso eu sei que vais dar a volta por cima. Se não for em 2010..olha, será um ano destes. Se há alguém que resista é "você".
Um bom conselho: não penses muito, deixa-te levar e aproveita!


PS: Secalhar precisas da estafa dos treinos...mas não sabes ;)

El Felino disse...

É nestas alturas que as pessoas que gostam verdadeiramente de nós desejam ter as palavras certas para nos dizer e melhorar tudo num ápice.
O cliché seria dizer que a mudança faz parte da vida. E que, tal como há anos em que tudo muda, há anos em que nada muda. Não sei qual a fase mais difícil. É apenas a lei da compensação. E apesar de ficarmos cansados quando tudo acontece ao mesmo tempo, isso deve-se apenas ao facto de todos nós termos anticorpos contra a mudança. Tomara que pudéssemos ficar sossegadinhos a tomar um "chôpe" numa esplanada à beira-mar (ou outra coisa idílica qualquer). Mas mesmo aí, o dia mudaria para a noite e o dia seguinte já não seria igual ao anterior. Temos de assumir que as coisas vão mudar. A única coisa que podemos fazer é aproveitar cada segundo de quando elas mudam para melhor e tentar encontrar segurar os cavalos quando elas mudam para pior... até conseguirmos que mudem para melhor novamente (por vezes, temos a sorte de elas mudarem sozinhas). Mas quando estamos no meio do furacão, é mais difícil ver o fim da tempestade. Por isso precisamos de alguém que esteja de fora para nos dizer que o mundo não acabou e que o sol ainda brilha, com uma esplanada e um "chôpe" à nossa espera.
Mas, na verdade, as palavras por vezes não chegam. Por isso, o melhor que alguém pode fazer é mostrar que está lá, quando for preciso enfardar horas de conversa (ou mesmo porrada, que também ajuda a desanuviar) em alguém.
I'll be here, pronto a enfardar :)
Keep it up!

Nádia disse...

Há um fenómeno estranho na minha vida (há vários, mas este intriga-me bastante!). Sempre que uma coisa verdadeiramente má me acontece e eu penso "mas porquê a mim?!" lembro-me do teu blog. Tem uma explicação: "Se fosse fácil não teria piada. Não teria encanto." E tantas, tantas vezes, penso que é uma idiotice lembrar-me assim de uma frase sem ter nenhuma explicação em concreto. Mas ficou. E a única coisa que queria "dar-te" agora eram as tuas palavras que, sem saberes (nem sequer imaginares), me têm ajudado tanto: "Se fosse fácil não teria piada. Não teria encanto." Força! Um beijo

El Felino disse...

Onde se lê "chôpe", leia-se "sumo de morango, banana e maçã" ;)