Tenho um amigo que anda devagar. Ele não anda, ele arrasta-se.
De qualquer maneira vai andando. E isso é bom. Temos a vida montada numa estrutura tal que tudo anda, muitas vezes sem nos apercebermos. Mas quando olhamos bem, realmente, a engrenagem é tal que não há como parar a máquina.
Isto são noções que ganhei não há muito tempo. Vá, há um ano? Dois?
Será porque vou ser tia e vou deixar de ser a tartaruga? Será porque no meu dia-a-dia as horas de trabalho passam numa sangria sem fim em que tudo mexe, tudo fala, tudo escreve e realmente vou respirando sem me aperceber?
Não sei. Mas de facto, há quem ande devagar. Há quem se arraste.
Eu sou levada pela corrente. Entrei na engrenagem. E questiono-me: onde é que estará a pedrinha que vai "empancar" isto tudo não tarda?
1 comentário:
Nem todas as máquinas estão condenadas a ter pedras nas engrenagens, babe. Algumas poderão ter umas areias desconfortáveis que as vão desgastando mas que, mais cedo ou mais tarde, vão sendo dilaceradas e desaparecem.
E as engrenagens não funcionam sozinhas, umas roldanas puxam pelas outras.
Hang in there, little star...
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